“Não faltam linhas de investimento no Brasil, o que falta é um entendimento, pelas empresas, do que é inovação.” Esta é a opinião de Eduardo Grizendi, autor do Manual de Orientações Gerais sobre Inovação, que foi tema do Debate FINEP realizado nesta sexta (17/6), no Rio. Segundo ele, a dificuldade das empresas em trabalhar com Gestão da Inovação é um dos maiores entraves ao crescimento do país.
Grizendi afirma que "a gestão da propriedade intelectual é uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento tecnológico". Além disso, entre as atividades que precisariam ser realizadas, estão também a gestão de recursos, a transferência de tecnologia e o apoio às empresas nascentes.
A publicação também destaca lições retiradas do Manual de Oslo, como o Conceito de Grau de Novidade, que instrui sobre a importância de se inovar numa empresa, mesmo que o produto ou serviço já exista no mercado. “Competir, mesmo que seja com o mesmo produto, é parte do processo de inovação”, afirmou Grizendi.
Outra informação importante que o manual traz é sobre a internacionalização das empresas. A entrada em outros países não deveria ser feita apenas com a exportação. É preciso, de acordo com Grizendi, que a empresa se una às redes de inovação locais do mercado externo que quer conquistar, usufruindo das linhas de financiamento oferecidas naqueles países e se integrando aos seus sistemas de inovação.
A palestra serviu também para que Grizendi, professor do Instituto Nacional de Telecomunicações – INATEL, comentasse a legislação da área. Foram discutidos alguns pontos da Lei Federal de Inovação, que autoriza a concessão de incentivos diretos - como os editais de subvenção oferecidos pela FINEP - e indiretos, por meio de regimes fiscais. Ele ressaltou que, mesmo com uma regulamentação federal, a maioria dos estados já possui leis estaduais para inovação e Vitória, no Espírito Santo, é a primeira cidade no Brasil a ter leis municipais na área.
Ao final da apresentação, José Sampaio Aranha, diretor de Novos Empreendimentos da Redetec, relacionou algumas informações do livro ao cotidiano das empresas. “Podemos inovar só de perceber como funciona o mercado internacional de um setor”, explicou, destacando a importância de sempre acompanhar e comparar os diversos concorrentes de um produto.
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Manual de Orientações Gerais sobre Inovação foi produzido a partir de uma encomenda do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Ministério das Relações Exteriores.
(17/6/2011)
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